Meia maratona de Lisboa

Domingo participei em mais uma meia maratona.Desta vez foi a que atravessa a ponte 25 de Abril.Todos os anos cerca de 35 mil pessoas atravessam a ponte a correr ou a andar.
Vemos todo o tipo de gente.Novos, velhos, gordos e magros.Pessoas que já correm regularmente e outras que vem só para atravessar a ponte a andar.
Foi nesta prova,penso que em 2008, que me iniciei nas meias maratonas.
Mas não gosto nada da logística desta meia maratona.
Temos que chegar ao Pragal muito cedo para tentar evitar confusões.
É impossível.
Chegados ao Pragal, é só seguir os milhares de pessoas que se dirigem para o local de partida.E agora é que começa a confusão maior.Temos que descer de um viaduto para a estrada da ponte.É uma zona muito estreita para a quantidade de pessoas ali presentes.Quem já participou sabe do que estou a falar.Todos os anos é a mesma coisa.Como eu sou um tipo desenrascado, contorno a fila e faço uma ultrapassagem pela direita.Sempre demoro um pouco menos.Tem de ser.
Passada esta fase, vem a parte da espera.Ainda faltava uma hora e trinta minutos para o início da prova.Temos de ficar numa zona apertada,não dá para se fazer aquecimento.
Depois existe outro problema.Como temos de beber muita água a bexiga não aguenta.Mais confusão para utilizar as casas de banho ali colocadas.Eu e mais umas centenas de pessoas resolvemos a coisa rápido.Fomos à mata.Nestas alturas não há ricos nem pobres.Os homens resolvem a situação mais facilmente que as senhoras.Mas elas também se desenrascam.
Perto do tiro de partida já estou à mais de uma hora de pé.Estou já cansado antes de correr.
Começa a corrida e lá vou eu com calma.Na prática estou a fazer o aquecimento.Este ano fiquei lá mais à frente e como tal comecei logo a correr.Ainda bem.Era muito mau ter que andar a fazer gincana entre as pessoas que só iam passear.
Estava muito calor.Uma coisa que esta corrida tem de bom são os abastecimentos.Cada 2,5 km, havia abastecimento de líquidos.Abasteci em todos.Não bebia tudo e utilizava o resto para molhar a cara e o pescoço.
Até aos 10 km não há muito a dizer.É a distância a que estou mais habituado.Estava bem.
Pelo caminho várias bandas vão dando musica aos atletas.Musica da pesada como convém.
Reconheci pelo menos versões dos Deepe Purple e dos AC/DC.Havia qualidade nas actuações.
Levei 2 embalagens de Gel para tomar.Tomei a primeira aos 10 km.
Entretanto depois de fazermos o retorno no Terreiro do Paço, vamos agora na Av. 24 de Julho.Mais ou menos ao km 12.Começam os pensamentos negativos de quem não está numa grande forma.Ainda falta ir até Algés e voltar para os Jerónimos.
Daqui em diante é uma luta constante.A mente a dizer que sim e o corpo a ter dúvidas.
Vou olhando para as pessoas da mini que vão no corredor ao lado.Vão contentes.É um dia de festa.Para algumas se não for a "corrida da ponte", não mexem o rabo do sofá.Pelo menos por um dia fazem exercício físico.
Chegam os 15 km.Tomo outro Gel.
Já vou com algumas dificuldades.Custa-me ir abaixo dos 6 min o km.Mas para mim os 6 min ao km são uma referência de andamento.Por isso cerro os dentes e acelero um pouco para ver se me mantenho dentro desse limite de tempo.
Vou olhando para os atletas que já vem de Algés.Reconheço alguns de outras corridas.Gostava de estar também daquele lado.Quem sabe um dia.
Chega o km 18.Aqui é onde eu vejo que vou acabar a corrida.Não é depois de ter corrido 18 km que vou desistir.Sim, de vez em quando essa ideia surge.Mas sou rápido a afastar esses pensamentos.Até hoje ainda não desisti de uma corrida.Quero manter essa situação.
Mas custa.Estes 3 últimos km são complicados.Muito complicados.Tenho que fazer mais treinos longos para aguentar melhor quando chego a estas distâncias.
Agora sou eu que já vou em direcção aos Jerónimos e  vejo os atletas ainda a caminho de Algés.Sou um atleta do meio do pelotão.Fica muita gente atrás de mim.
Mais ou menos ao km 19 estava um atleta caído no chão já a ser assistido.Passado um pouco chegou a ambulância.Espero que tudo não tenha passado de um susto.
Faltam 2 km.Nesta fase é por um pé à frente do outro,respirar fundo e seguir.Começo a sentir a alegria de acabar mais uma meia maratona.
Já vejo a zona da meta ao longe.
Nesta altura surge sempre um último fôlego.Acelero para acabar mais depressa.
Passo a meta e paro o cronometro.Está lá o registo de 1:58:24.Nada mau.O ano passado fiz 2 horas.
Estou cansado mas feliz.
Entrego o chip e recebo a medalha.É linda.Prova que eu acabei mais uma meia maratona.
No final tenho um reparo a fazer.Devia haver mais espaço para os atletas andarem depois de passarem pela meta.O espaço é curto para tanta gente.Os atletas ficam parados à espera de receberem o saco com os brindes.Depois de 21 km isso não é bom.Houve pessoas que se sentiram mal.A rever pela organização.
Esta corrida é rica.A inscrição também é cara.O saco vinha bem abastecido com 1 bebida isotónica, 2 garrafas de água,2 pacotes de leite pequenos e uma barra de cereais.Ainda houve um gelado.
Desta vez não tirei fotografias.Só queria chegar ao carro e pirar-me daquela confusão.
Assim fiz.
Espero que tenham gostado do relato.


Para a semana temos a Corrida dos Sinos em Mafra.
Até lá.